Maringá é polo de representatividade da Cultura Urbana

09 de Junho de 2021

Pensar e analisar o conceito de Cultura Urbana é algo complexo. Partindo do princípio que cultura é aquilo cultivado pelo homem que define sua identidade, o contexto da Cultura Urbana se inicia no movimento de vinda dos povos do campo para a cidade. Com isso, há mudança na forma de se fazer cultura. Novos movimentos, novas formas de manifestar aquilo que é vivido pelo ser humano.

Por isso, o conceito deve ser pensado como Culturas Urbanas, porque representa diversos movimentos e expressões, cada um com suas particularidades. O exemplo mais visto é o Hip Hop, mas há também o Funk, o Punk, entre outros.

A análise é da artista e conselheira municipal de Cultura pelo Hip Hop e Culturas Urbanas, Susy Oliveira. Segundo ela, no caso do Hip Hop, talvez o mais conhecido, é possível defini-lo como como uma manifestação cultural completa. “Música, dança, expressão corporal, linguagem... Expressões que representam a narração do cenário de cidade vivido por um povo marginalizado”, explica.

LOCAL

Em Maringá, o Hip Hop chegou no final dos anos 1980. “Vários artistas e grupos como Truta, por exemplo. Artistas que começaram a fazer grafite, também Break... Mas a principal representação vem pelas festas de rua que aconteciam na cidade. A partir daí, tudo foi se consolidando, vários nomes hoje são reconhecidos nacionalmente”, disse.

Segundo ela, o Hip Hop e as Culturas Urbanas são fundamentais para Maringá. “Maringá é uma cidade reconhecida pela Cultura Urbana, grandes movimentos, eventos e ações acontecem aqui. Além de criar a noção de identidade no maringaense, as Culturas Urbanas movimentam um mercado imenso, mobiliza grande parcela da juventude e também tem atuação no campo político e educacional”, explica Susy.

Maringá tem vários eventos de Culturas Urbanas que fortalecem esse cenário na cidade, como Preto no Branco, 16 Toneladas, Batalha da V.O., E.L.A.H.S e ContaMina, além de campeonatos de skate entre diversos outros. Segundo Susy, a estimativa é que cerca de cinco mil pessoas estejam envolvidas nas produções e cultura urbana em Maringá.

REPRESENTATIVIDADE

Recentemente, o Hip Hop e as Culturas Urbanas ganharam uma cadeira no Conselho Municipal de Políticas Culturais. Uma conquista abre o caminho para outras, diz Susy. “É primeiramente um ato simbólico de visibilidade na lógica cultural da nossa sociedade, onde o Hip Hop se consolidou como uma cultura de resistência. É também um grande passo para articulação e diálogo, que possibilita outras vazões para a produção cultural urbana de nossa cidade e região. Um processo de organização das diversas pautas e demandas das Culturas Urbanas em Maringá”, finaliza a artista.

“Como agência de fomento e incentivo à Cultura, o Instituto Cultural Ingá (ICI) é um grande incentivador de ações e expressões culturais e artísticas em Maringá e região, que levem conteúdos de qualidade, que desenvolvam criticidade em toda a sociedade. Entender a importância da Cultura Urbana é um passo importante para agregar ainda mais valor nessa forma de expressão tão rica e representativa, além de reconhecer o grande movimento econômico gerado pelo segmento”, disse o presidente do ICI, George Coelho. 

Susy Oliveira é pesquisadora, produtora e M.C. na Cultura Hip-Hop e Urbana. Conselheira Municipal de Cultura pelo mesmo segmento e graduada em Filosofia pela UEM.

Foto: Flávia Oliveira. 
Evento: ELAHS Crew 3º Edição 2018

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