O espetáculo “Impossibilidades”, primeira investida da Cia Forféu no teatro documental, estreia dia 3 de dezembro e faz curta temporada de seis apresentações no Arena das Artes. A peça foi produzida com recursos do Prêmio Aniceto Matti e traz os atores Alan Gaitarosso e Renan Parma juntos pela primeira vez em cena, apesar da parceria de mais de 10 anos no teatro. Além disso, haverá recursos de acessibilidade, como audiodescrição e intérpretes de Libras.
“Impossibilidades” é uma peça experimental que busca investigar a crise da arte diante das crises sociais do nosso tempo. Inspirado no texto “Cinco dificuldades para se escrever a verdade”, do dramaturgo alemão de Bertolt Brecht, e nas publicações da filósofa Hannah Arendt, dois atores discutem em cena as relações entre arte e sociedade, propondo o teatro como adiamento do fim, como uma maneira de continuar sonhando e resistindo diante da barbárie do nosso tempo, conforme sugere o líder indígena Ailton Krenak.
Depois de algum tempo longe da cena, durante a pandemia o grupo tomou a decisão de voltar aos palcos. Numa reunião online, conversaram sobre o futuro da Cia Forféu, sobre o futuro do espaço cultural que administram, Arena das Artes, e sobre o futuro do mundo. Chegaram à conclusão de que nada seria como antes e de que precisavam falar sobre isso. “Convidamos o público para, junto com a gente, tatear o Brasil contemporâneo. Esse é um projeto muito importante para a companhia, pois saímos um pouco da nossa zona de conforto para pesquisar o teatro documental, depois de um tempo dedicados à produção e gestão do Arena. Esse é o nosso retorno ao palco enquanto atores”, diz o diretor, ator e um dos dramaturgos, Renan Parma.
Transitando entre o sentimento de luto, perda e isolamento diante da pandemia, bem como pela busca de entender os processos pelos quais o país vem passando e sobre o qual vem se difundindo pensamentos retrógrados cercados de imbecilidades e obscurantismo, a peça-manifesto reflete sobre o próprio fazer teatral e o sentido de seguir fazendo arte diante desse cenário. Em uma linguagem contemporânea que inclui live, projeção e o uso de outros equipamentos eletrônicos, o espetáculo traz também a participação especial de artistas locais convidados em todas as apresentações.
A cenografia é uma obra à parte, funcionando de forma separada ao espetáculo. As artistas plásticas Carla Guizelini e Rafaely Parma se inspiraram em Krenak e criaram uma instalação artística que propõe suspender o céu. “Em seu livro ‘Ideias para adiar o fim do mundo’ (2019), ele diz que a humanidade está desde sempre em queda, mas que é necessário criar paraquedas coloridos para suavizar nosso percurso e, assim, resistirmos. Krenak alude ao céu que nos sufoca e diz que é necessário suspendê-lo. Fazemos isso quando fazemos arte e cultura”, explica o diretor.
Apenas 50 pessoas conseguem assistir cada uma das sessões, que tem entrada gratuita com ingressos distribuídos no local. A classificação indicativa é 14 anos, lembrando que todos os públicos podem ter acesso à obra, pois haverá audiodescrição e Libras.
Serviço
Impossibilidades
Dias: 3, 4, 8, 9,10 e 16 de dezembro
Local: Arena das Artes (av. Dep. José Alves dos Santos, 4367, Jd. Brasil)
Horário: 20h
Entrada Gratuita
Recomendação: maiores de 14 anos
Público limitado: 50 pessoas por apresentação
Ficha Técnica
Atores: Alan Gaitarosso e Renan Parma
Direção: Renan Parma
Dramaturgia: Alan Gaitarosso e Renan Parma
Preparadora de Elenco: Jéssica Fiñana
Cenografia, figurino e maquiagem: Carla Guizelini e Rafaely Parma
Produção: Cia Forféu
Instalação: Carla Guizelini e Rafaely Parma
Iluminação: Guilherme Molinari
Sonoplastia: Rafaely Parma
Assistente Técnico: Nathália Kretschmer
Transmissão e atuação: Isabela Gomes e Pedro Siena
Direção de acessibilidade e roteiro para audiodescrição: Alan Gaitarosso
Narração audiodescritiva: Jéssica Fiñana
Tradução em Libras: Francielle Lopes
Intérpretes de Libras: Alan Gaitarosso, Francielle Lopes e Renan Parma
Assessoria de Comunicação: 2 Coelhos Comunicação e Cultura
Identidade Visual: Felipe Index
Fotos: Carla Guizelini
Produzido com verba de Incentivo à Cultura
Lei Municipal de Maringá n.º 11200/2020
Prêmio Aniceto Matti