Caracterizada por ser uma cidade com foco turístico no
mercado corporativo e de eventos, Maringá deixa de arrecadar em 2020 quase R$
30 milhões em função da pandemia do Covid-19.
Os dados foram estimados pelo Maringá e Região Convention
& Visitors Bureau, a partir do levantamento que considerou a não realização
de grandes eventos como Calouro Folia, PARAJAPs, Parada LGBT, Interclubes Paranaense
de Classes, X Encontro Técnico Avícola, Encontro Nacional de Museus, Festival
Nipo-brasileiro e Vestibulares e PAS (Processo de Avaliação Seriada) da UEM
(Universidade Estadual de Maringá). Sem mensurar o impacto econômico de eventos
de pequeno porte como casamentos, formaturas, aniversários, entre outros.
Esse número também foi levantado sem considerar o impacto
econômico da Expoingá, maior evento realizado na cidade, cuja estimativa da
Sociedade Rural de Maringá aponta para uma movimentação de R$ 600 milhões em
negócios nas últimas edições.
Somente os eventos da UEM representam mais de 80% do impacto
estimado em R$ 30 milhões, considerando dados que o Observatório de Turismo e
Eventos de Maringá apurou em 2017 sobre os vestibulares e eventos de extensão
da instituição. Ao todo, a época, eram 7 dias de concursos. Atualmente seriam 5
dias, dois em cada vestibular e um para o PAS. Tradicionalmente, os
vestibulares da UEM lotam a rede hoteleira de Maringá.
Mais de 150 eventos foram adiados desde o início da pandemia
na cidade, conforme levantamento do Convention Bureau. Nessa estimativa,
integram eventos de pequeno porte, médio e grande porte.
Base de cálculo
A estimativa para o impacto econômico se baseia na
quantidade de público do evento, média de público de fora da cidade, quantidade
de dias de evento e gasto médio diário por pessoa.
Trade turístico
Cada evento realizado movimenta uma cadeia de empresas ligadas
ao setor direta ou indiretamente. Desde organizadores, espaços e infraestrutura
para eventos, até hotelaria, gastronomia, comércio, transporte e serviços em
geral, como salões de beleza, por exemplo.
Em Maringá, o setor de eventos está paralisado desde o
início da pandemia, há quase 6 meses. Causando um efeito dominó nos demais
setores ligados, como hotelaria, que mantinha taxa de ocupação média entre 60%
e 80% antes da pandemia, e agora vem registrando taxa média de 20% de ocupação.
Retomada
O setor de eventos em Maringá continua lutando para melhorar
o decreto publicado pela prefeitura no início de agosto, liberando encontros
com até 30 pessoas. O setor aguarda novo decreto com maior flexibilização.
“Lamentamos o adiamento dos eventos em Maringá. Sabemos que
a economia local vai sentir o impacto negativo da não realização desses eventos
por bastante tempo. Continuamos lutando para a retomada gradativa e segura em
Maringá, com foco em eventos de pequeno porte neste primeiro momento”, disse o
membro do Conselho Superior do Convention, Sérgio Takao Sato.
Foto: PMM