Por Eliton Oliveira
Maringá teve dois projetos contemplados na categoria de
longa-metragem no edital estadual da Lei Paulo Gustavo: “Irmãs de Sangue” ficou
em terceiro lugar, e “Não Volte Para Casa” em quarto lugar. A categoria de
longa-metragem vai premiar cada um dos projetos contemplados com 2,5 milhões de
reais.
Irmãs de Sangue será produzido pela Desatino Filmes e
com roteiro e direção da cineasta baiana Julia Ferreira. O filme é baseado na
história real das irmãs Papin (considerado o crime mais famoso da psicanálise e
que vem sendo pesquisado pela roteirista nos últimos 7 anos) e combina drama e
terror psicológico. A história cruza a linha entre a sanidade e a loucura e
traz para a narrativa ambientes familiares e religiosos doentios e hostis,
misóginos e racistas. É um filme sobre a questão da mulher pobre, emocionalmente
vulnerável e o poder quase absoluto que a sociedade patriarcal exerce sobre
ela. O filme ainda não tem elenco nem locações definidas. As filmagens deverão
ocorrer somente em 2025. A roteirista e diretora Julia Ferreira estudou cinema
na University of the Arts London (Inglaterra) e na Universidad San Pablo
(Espanha). Escreveu e dirigiu a série Sonhadores, disponível na Amazon Prime
Video. Também recebeu diversos prêmios por documentários e curtas-metragens que
dirigiu.
Não Volte Para Casa é uma coprodução da Cosmos Filmes
e Desatino Filmes, foi escrito pelo roteirista carioca – e de origem chilena –
Marcio Freitas, e narra a história de três irmãs que, após a morte da mãe, se
veem sob a angústia do retorno do pai opressivo e abusador. Em breve os
produtores iniciarão a escolha do elenco. As filmagens estão previstas para
acontecer na zona rural de Maringá ainda em 2024.
Segundo o edital, ambos os projetos terão 2 anos para serem
realizados e seguirão as janelas tradicionais de exibição: salas de cinema,
streaming, televisão e outras mídias.
É a primeira vez que produtoras de Maringá recebem um valor
tão alto para realizar obras audiovisuais e isso só foi possível via editais da
Lei Paulo Gustavo. Ao todo estão destinados quase 50 milhões para diversas
categorias, que incluem ainda: séries, longas documentais, curtas-metragens,
desenvolvimento de roteiro, entre outras.
Ambas as produções deverão nortear a produção audiovisual na cidade, dado o nível de profissionalismo que ambos os projetos existem, tanto na parte técnica como na parte artística. A expectativa é que os filmes percorram importantes festivais de cinema nacionais e internacionais antes de serem lançados comercialmente. Com a produção de Irmãs de Sangue e Não Volte Para Casa, Maringá deverá se destacar, ao lado de Londrina, como um grande polo de produção audiovisual do interior do Paraná.